O problema é a direção de mudança.
12-05-2024
Por que é tão fácil repetir maus hábitos e tão difícil criar bons? Poucas coisas podem ter um impacto mais poderoso em sua vida do que melhorar seus hábitos diários. No entanto, é provável que no ano que vem você faça a mesma coisa de sempre em vez de algo melhor.
Muitas vezes parece difícil manter bons hábitos por mais de alguns dias, mesmo com esforço sincero e com a ocasional explosão de motivação. Hábitos como exercício, meditação, registros no diário e culinária são razoáveis por um dia ou dois, mas depois se tornam um aborrecimento.
No entanto, uma vez que os hábitos são arraigados, eles permanecem para sempre — especialmente os indesejados. Apesar de nossas melhores intenções, hábitos nocivos como má alimentação, assistir à televisão demais, procrastinar e fumar podem parecer impossíveis de abandonar. Mudar nossos hábitos é um desafio por duas razões: (1) tentamos mudar a coisa errada e (2) tentamos mudar nossos hábitos de maneira errada.
Nosso primeiro erro é que tentamos mudar a coisa errada. Para entender o que quero dizer, considere que existem três níveis em que a mudança pode ocorrer. Pense neles como as camadas de uma cebola.
A primeira camada é a mudança de seus resultados. Esse nível está preocupado em mudar seus resultados: perder peso, publicar um livro, vencer um campeonato. A maioria das metas que você definiu está associada a esse nível de mudança.
A segunda camada é a mudança de seus processos. Esse nível está preocupado com a mudança de seus hábitos e sistemas: implementar uma nova rotina na academia, organizar sua mesa para ter um melhor fluxo de trabalho, desenvolver uma prática de meditação. A maioria dos hábitos que você cria está associada a esse nível.
A terceira e mais profunda camada é a mudança de sua identidade. Esse nível está relacionado com a mudança de suas crenças: sua visão de mundo, sua autoimagem, seus julgamentos sobre você e os outros. A maioria das crenças, suposições e preconceitos está associada a esse nível.
Os resultados referem-se ao que você obtém. Processos, ao que você faz. Identidade, ao que acredita. Quando se trata de construir hábitos duradouros — um sistema de melhorias de 1% — o problema não é que um nível seja “melhor” ou “pior” que o outro. Todos os níveis de mudança são úteis à sua maneira. O problema é a direção de mudança.
Muitas pessoas começam o processo de mudança de hábitos concentrando-se no que querem alcançar. Isso nos leva aos hábitos baseados em resultados. A alternativa é criar hábitos baseados em identidade. Com essa abordagem, começamos nos concentrando em quem desejamos nos tornar.
Imagine duas pessoas resistindo a um cigarro. Quando lhe oferecem um cigarro, a primeira pessoa diz: “Não, obrigado. Estou tentando parar.” Parece uma resposta razoável, mas essa pessoa ainda acredita que é um fumante tentando ser outra coisa. Ela espera que seu comportamento mude, mas ao mesmo tempo continua carregando as mesmas crenças.
A segunda pessoa recusa dizendo: “Não, obrigado. Não fumo.” É uma pequena diferença, mas essa afirmação sinaliza uma mudança na identidade. Fumar fazia parte de sua vida anterior, não da atual. Ela não se identifica mais como alguém que fuma.
A maioria das pessoas nem sequer considera a mudança de identidade quando quer aperfeiçoar algum aspecto. Elas apenas pensam: “Quero ser magro (resultado) e, se eu adotar esta dieta, serei magro (processo).” Elas estabelecem metas e determinam as ações que devem tomar para atingir esses objetivos sem considerar as crenças que impulsionam suas ações. Não mudam a maneira como olham para si mesmas nem percebem que sua antiga identidade é capaz de sabotar seus novos planos de mudança.
12-05-2024
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